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Um compromisso para a cadeia da construção
José Carlos de Oliveira Lima*
A insegurança dos investidores frente ao processo eleitoral
brasileiro somada a incerteza quanto a uma possível guerra
dos EUA contra o Iraque poderão fazer com que o próximo
governo tenha poucas possibilidades de investimentos e que passe
a maior parte do tempo preocupado em reestruturar a economia brasileira.
As iniciativas tomadas pelo governo federal; como rolagem da dívida,
venda de títulos, injeção de dólar no
mercado; são profiláticas, mas não alteram
este rumo. Todavia, a aplicação de recursos na indústria
de construção civil é uma forma eficiente de
gerar empregos, de proporcionar desenvolvimento sustentável
e, ainda, de combater a desigualdade social que podem alterar este
panorama .
Os projetos dos candidatos Luis Inácio Lula da Silva (PT)
e de José Serra (PSDB) para a habitação são
de extrema importância para o setor da construção
civil, mas se apresentam hoje muito similares e não especificam
a exata quantidade de recursos que serão investidos. Citações
como, "serão viabilizados empreendimentos e financiamentos
acessíveis à família de baixa renda" ou
que "haverá uma política maciça de concessão
de subsídios" são válidas, mas não
são suficientes para a cadeia da construção
e para a sociedade. Em ambos programas dos candidatos há
dados que comprovam que houve um aumento substancial no número
de favelas nos últimos dez anos, mas não propõem
ações efetivas para eliminá-las. Ambos sugerem
que usarão recursos do FGTS, apesar dos expurgos do Plano
Collor e do Plano Verão; e dos municípios e dos estados,
por meio de rolagem das dívidas destes com a União,
mas não especificam o valor. Como diferencial, o programa
do PT aponta ainda que irá utilizar cerca de 1% do ICMS para
o setor, enquanto o do PSDB cita o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador)
como alternativa, mas sem detalhes do processo de implantação.
Há de se lembrar que o programa de governo dos candidatos,
é um documento de compromisso deles com o povo. Em um país
que possui um déficit habitacional de cerca de 6 milhões,
que a demanda anual por novas moradias é de aproximadamente
600 mil, que possui cidades com mais de 50% de pessoas vivendo em
favelas, é preocupante a ausência de dados concretos
nesses documentos.
Os empresários da cadeia produtiva da construção
estão abertos para um maior detalhamento dos programas dos
nossos candidatos. Precisamos saber o que pode acontecer em três
possíveis cenários: um otimista, um pessimista e um
mais provável. Precisamos saber os recursos que serão
aplicados para este setor que para cada emprego gerado de forma
direta, cria-se mais três, que representa 20% do PIB, que
emprega 14 milhões de pessoas, que possui 99% de nacionalização
de materiais e que pode, apesar do momento adverso, ajudar a reestruturar
o país.
* Presidente do Sinaprocim (Sindicato Nacional da Indústria
de Produtos de Cimento), do Sinprocim (Sindicato da Indústria
de Produtos de Cimento do Estado de São Paulo) e Vice-Presidente
da FIESP. |
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