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Necessidade de um diálogo
José Carlos de Oliveira Lima*
Em 2002, as empresas de produtos de cimento tiveram
um ano relativamente saudável. Houve um crescimento
no faturamento de 14,9% em comparação
ao ano de 2001 e a maioria dos segmentos mantiveram
sua produção. Todavia, 2002 poderia
ter sido muito melhor para o setor, se não
fosse os constantes reajustes dos insumos. Aço
e cimento, por exemplo, tiveram um aumento na ordem
de 38,33% e 35,8%, respectivamente. Enquanto isto,
no mesmo período, os produtos de cimento elevaram
seus preços, em média, em 5,93%. Há anos,
o Sinaprocim e o Sinprocim conversam com as siderúrgicas
e com as cimenteiras buscando tornar mais democrático
e conciliável o funcionamento dos setores.
Quando indagadas sobre as causas dos aumentos, nossas
fornecedoras alegam que seus produtos são
decorrentes de capital intensivo, além de
serem comoditys com grande influência da variação
cambial e dos insumos de produção-
energia elétrica e óleo combustível.
Essas afirmativas se justificam em parte. Mas é fato também que
os setores das siderúrgicas e das cimenteiras são formados por
poucos conglomerados que dominam o mercado e atrapalham a livre concorrência. É importante
ressaltar que não se trata apenas de uma discussão de fornecedores
e clientes, mas de oportunidades de desenvolvimento perdidas por inúmeros
materiais da cadeia produtiva da construção. No caso dos produtos
de cimento, por exemplo, um repasse dos preços ao consumidor final, impulsionaria
a autoconstrução, ocasionando desemprego e produção
de habitações de pior qualidade. Desta forma, a saída do
setor foi investir na qualidade dos produtos, na redução dos desperdícios
e em gerenciamento capacitado. Mas, infelizmente, nem todas as empresas possuem
condições de otimizar sua produção. Micro e pequenas
indústrias já começam a fechar suas portas. Caso não
haja modificação no cenário corremos o risco de assistir
falências generalizadas.
Não podemos deixar o mercado ficar inviável em virtude de setores
que se aproveitam de suas posições dominantes. Os produtos de cimento
estão abertos para a retomada do diálogo.
* Presidente do Sinaprocim (Sindicato Nacional da Indústria
de Produtos de Cimento),
Sinprocim (Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estado de
São Paulo) e
Vice-Presidente da Fiesp. |
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