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Governo Lula e a construção civil
José Carlos de Oliveira Lima*
No início do ano nós, do setor da construção
civil, fomos surpreendidos por um contingenciamento
de 85% no Orçamento do Ministério das
Cidades. Perguntávamos: Por que ter um Ministério
para melhorar o caótico nível de vida
dos grandes centros urbanos, se esta pasta não
terá recursos? E mais: Como pode o Governo
Luis Inácio Lula da Silva honrar suas promessas
de combater a desigualdade e estimular a economia
sem investimentos pesados na infra-estrutura das
cidades? Depois nos veio a explicação: “a
maioria dos recursos contingenciados é proveniente
de emendas parlamentares, muitas vezes usadas como
moeda de troca para que se obtenha favores políticos”.
A justificativa nos deixou apreensivos.
A Cadeia Produtiva da Indústria da Construção
Civil não pode deixar de ser lembrada. Possuímos
um índice de nacionalização
de 99%; participamos com quase 19% do PIB; e representamos
6% dos salários pagos na economia nacional.
Será que teríamos mais quatro anos,
como nos últimos anos, em que a construção
civil, sobretudo a Habitação de Interesse
Social, seria renegada a esperar a baixa dos juros
e a melhora da confiança do mercado? Atento às
nossas aflições, o presidente Lula
anunciou, em Conferência realizada no Palácio
do Planalto, um pacote de R$ 5,3 bilhões para
a construção e reformas de moradias.
Segundo dados do governo, serão 359 mil famílias
beneficiadas, sendo que 67% delas recebem menos de
cinco salários mínimos.
Esse montante, à primeira vista, parece um
bônus para o setor da construção
civil, mas na verdade é insuficiente para
diminuir o nosso déficit de quase 6 milhões
de moradias. O maior estudo da Cadeia Produtiva da
Indústria da Construção Civil,
o Construbusiness, indica que a cada ano nosso déficit
habitacional aumenta em doze por cento. Isso significa
que, em média, cerca de 700 mil famílias
brasileiras perdem suas casas anualmente. Desta forma,
na pior das hipóteses, necessitamos de aproximadamente
10,4 bilhões para a construção
de 700 mil habitações anuais, o que
manteria nossa atual situação. Mas
para melhorar, necessitamos, ainda, de investir no
conceito Casa 1.0, construindo casas de baixo custo
para a população de baixa renda. Necessitamos
também de que o Ministério das Cidades
articule diretamente com os prefeitos das grandes
cidades para beneficiarmos as famílias corretamente.
E por último, e não menos importante,
necessitamos de uma Caixa Econômica Federal
mais dinâmica e inclusiva, que possibilite
empréstimo a toda a população.
Esperamos do governo Lula, então, que estas
medidas sejam adotadas durante todo o seu mandato.
Se isto ocorrer, poderemos amortizar diversos problemas
sociais e econômicos do país. É o
sonho de milhares de brasileiros.
* Presidente do Sinaprocim (Sindicato Nacional da Indústria
de Produtos de Cimento),
Sinprocim (Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento do Estado de
São Paulo) e
Vice-Presidente da Fiesp. |
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